domingo, 4 de outubro de 2009

Mídia influência gosto do leitor



Por Sócrates Puntel

Os livros mais procurados nas livrarias santistas são os que jornais e revistas indicam, avalia a vendedora, Valdira Andrade, que trabalha em uma livraria no Gonzaga há dois anos e meio. “Não existe um perfil específico de leitores nessa livraria, a grande maioria, entre 30 e 50 anos, procura os livros mais citados do momento”, diz.


Os jovens também fazem parte deste contexto. E gostam de comprar livros que estão na mídia. É o caso da estudante de enfermagem, Cynthia Alves, 20 anos, cliente da livraria e que comprou toda a coleção de livros da série Crepúsculo, “Eu adoro este tipo de livro e com o filme eu e minhas amigas decidimos comprar”, diz. Essa é uma boa maneira de descobrir livros bons, mas assim como ela, existem outros jovens que são influenciados, como o assistente de vendas, Leandro Rodrigues, de 23 anos, que estava comprando, O leitor apaixonado, de Ruy Castro, que está entre os cinco mais vendidos da livraria. “Eu vi uma reportagem na TV e indicaram o livro, então resolvi comprá-lo”, lembra.

A vendedora da livraria diz ainda, que um dos atrativos para garantir a clientela e ajudar na escolha de livros é sempre promover lançamentos com escritores de diferentes gêneros e também concertos de música. “Isso faz com que nossos clientes busquem assuntos e livros novos e que sempre voltem. Aqui temos clientes que freqüentam nossa livraria há mais de seis anos e se não passam para comprar, vêm apenas para tomar um café”, diz, destacando um diferencial que a casa oferece ao público.

Com um público de várias idades e que vai as livrarias em busca de títulos e assuntos, fica difícil segmentar. O jeito adotado por muitas é dividir os livros por seções, estimulando as ofertas de livros, e gêneros do segmento, para que o cliente possa ter uma visão ampla de publicações que possam lhe interessar, e que sejam diferentes daqueles de que são acostumados a ler ou que sejam apenas procurados somente pela influência.

Relação dos cinco livros mais vendidos do momento

1º Amanhecer, de Stephenie Meyer

2º O clube do filme, de David Gilmour
3º A elegância do ouriço, de Muriel Barbery
4º O leitor apaixonado, de Ruy Castro
5º A grande história da evolução, de Richard Daukins
Fonte: Realejo Livros

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Grupo Quiloa traz cultura nordestina à Baixada Santista


Por Rafael Rego

O Nordeste é uma das regiões brasileiras com umas das menores taxas de desenvolvimento econômico, porém, considerada uma das mais ricas em cultura do País. Tendo em vista essa imensidão cultural e a falta de divulgação na Baixada Santista, o diretor musical Felipe Romano criou há seis anos o Grupo Quiloa de Maracatu. Difundindo a cultura popular de Pernambuco e trazendo alegria em suas apresentações, o Quiloa se orgulha de ser o primeiro grupo do gênero na Região.

O projeto nem possui patrocínio, mas tem fins lucrativos. O grupo divulga sua arte por meio de apresentações em diversos locais Estado. E para dar mais abrangência ao seu trabalho, neste ano, como parte do projeto, foi criada a Banda Fios de Conta, que faz apresentações de ciranda, maculelê, xote, afoxé, carimbó e maracatu. Em uma de suas últimas apresentações, a trupe participou da encenação da Vila de São Vicente, da festa de aniversário de 456 anos da cidade de São Bernardo e do Mutirão do Folclore 2009, organizado pela Prefeitura de Santos.

Ainda no processo de implantação do projeto, o Grupo Quiloa orgulha-se de ter conquistado seu primeiro trunfo: uma nova sede na Rua General Câmara, em Santos. Com isso, Romano acredita na aderência de novos grupos culturais na Cidade e o interesse das demais pessoas no maracatu.

Uma das integrantes do grupo, a estudante Amanda Calazans, explica sua entrada e a importância da implantação da cultura pernambucana na Baixada. “Entrei no Quiloa há quase quatro anos por indicação de um amigo. Moro em Cubatão, estudo em São Paulo, mas sempre estou me apresentando com o Grupo. Formamos uma família”. E completa. “O maracatu é uma das mais importantes manifestações culturais de Pernambuco e precisa ser divulgada. Tentamos trazer a cultura nordestina a Santos com cores, música e dança.”, completa.

Os interessados em contratar o Grupo Quiloa e suas bandas podem entrar em contato com Felipe Romano no número (13) 8133 -3560.

Queda no preço do leite não anima consumidores

Por Vanessa Simões

Mesmo com a queda de preço em comparação ao mês passado, consumidores ainda consideram que o valor do leite longa vida está alto e que há pouca variedade. É o caso do Supermercado Dia, onde só é possível encontrar uma marca conhecida.

Segundo a dona de casa Edna Souza, os preços estão altos demais. “Já paguei muito menos pelo leite, estou levando só dois litros desta vez”. A comerciante Aline Silva concorda com ela: “Realmente já paguei menos, vou levar só um”.

No mês de julho, o menor preço encontrado foi de R$2,15. Já em agosto o menor preço foi R$ 1,82. Percebe-se uma queda, mas ela não é suficiente para agradar aos consumidores.

No supermercado Pão de Açúcar o menor preço foi de R$1,95; no Compre Bem, R$1,82; no Dia, R$1,85; e no Carrefour R$2,05.

Chuva provoca aumento de preços de hortifruti

Por Fernanda Barreto

No mês de julho mais chuvoso dos últimos 15 anos, os feirantes tiveram motivos de sobra para se preocupar: os preços dos produtos aumentaram, principalmente nas frutas mais vendidas como a mexerica ponkan (que custa R$ 2,00 o quilo) e o limão.

Os feirantes Edilaine Silva e Otaviano Junior, da Barraca 40, comentaram que no período chuvoso houve um aumento de preço do limão. Uma caixa com doze limões custava um real, mas atualmente saem quatro limões por dois reais. Mesmo com esse aumento, os clientes ainda vêm para comprar. “Os clientes apenas compram menos do que o costume”, diz Edilaine.

Na Barraca 477, os preços subiram além do esperado. A dona da barraca, Ivani Matos, comenta que o agricultor que fornece a cebola, o alho e a batata não tiveram uma boa safra. O quilo da cebola aumentou de R$ 1,80 para R$ 2,99, já o alho roxo aumentou de cinco para oito reais o quilo. “Mesmo assim, tem sempre gente comprando”, comenta.

Mesmo com o tempo chuvoso e o aumento dos preços, os clientes vão à feira, mesmo que sintam no bolso, como a aposentada Maria Helena de Oliveira. “O preço de todos os produtos aumentou muito, tive que comprar menos do que costumava adquirir”, comenta.

Mercado Municipal espaço de gastronomia e aprendizado


Por Viviane Alves

O Mercado Municipal, que foi recentemente revitalizado oferece, mais do que somente compras. No local há 76 boxes que variam desde açougues, hortifrutis, peixarias, ate tranças afro.

As melhorias são inúmeras e vão desde a limpeza até a segurança do mercado que melhorou muito após a instalação da Sede da Secretaria Municipal de Segurança sob o comando da Guarda Municipal de Santos. É equipado com rampas de acessibilidade para deficientes, e banheiros.

Segundo Aníbal Fernandes Afonso, que trabalhou no mercado por 50 anos, o mercado se transformou e ficou nota cem, e toda vez que vem a Santos não deixa de ir lá rever os amigos e admirar a evolução doespaço.

Já o açougueiro Dennis Alves Brandão, que trabalha no mercado há mais de 20 anos, diz que com a revitalização o local melhorou muito principalmente, em relação a limpeza do local, já quanto ao movimento ele continua o mesmo.

Nelson Santos, que freqüenta o Mercado há doze anos, diz que os preços não são mais baixos que em outros lugares, mas a qualidade dos produtos é realmente melhor e o atendimento é o diferencial.

Segundo, Cláudio Alves Cruz, Coordenador do mercado, o diferencial do local é a qualidade dos produtos, que é imbatível por vir direto do produtor, além de vender no atacado e varejo para toda a região.

Entre os atrativos do mercado há a Feirinha Atacadista, que funciona da 0h até as 6h da manhã, de segunda a domingo, e é realizada na rua ao redor do mercado. Os principais fregueses são comerciantes da região que preferem o mercado a ir a São Paulo. O Mercado localiza-se a Praça Iguatemi Martins s/nº de terça à sábado, das 7h às 18h, aos domingos, das 7h às 13h, e as segundas, das 7h às 12h.

Parcerias

Segundo o Chefe do Departamento Regional Central Histórica ,Nilton de Carvalho os cursos profissionalizantes que são realizados no mercado são gratuitos e ocorrem em parceria com o SESI (Serviço Social da Indústria) e com o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). Entre os cursos oferecidos estão pedreiro azulejista, hidráulica, corte e costura, leitura de desenho industrial, pintura e o Programa de Primeiro Emprego (PET - Programa Educação para o Trabalho) destinado a menores de 16 a 21 anos, além do curso de empreendedorismo em fase de implantação. S interessados deverão comparecer de segunda a sexta das 8h às 18h - Bairro Vila Nova. Informações pelo telefone 3235-6432.

Há outras atividades disponíveis no mercado como capoeira, dança de salão, balé, karatê, Ginástica para a 3ª idade, além de happy hour às sextas feiras com música ao vivo.

No local, há também o Bom Prato que é um restaurante popular que serve refeições por apenas R$ 1. O projeto é uma parceria do Governo do Estado com a Prefeitura de Santos e a Associação Estrela do Mar (APASEM – Ligada a Diocese de Santos). Conta com cardápio elaborado por nutricionistas. O Bom Prato serve diariamente cerca de 1.200 refeições a população carente da região.

BrincaSanta, lugar de aprender brincando


Por Guilherme Aragão

A Brinquedoteca BrincaSanta da Universidade Santa Cecília – Unisanta é a maior da Baixada Santista. Além de ser um espaço para que os alunos do curso de pedagogia possam por em prática o que aprendem em sala de aula, o espaço atende a diversas crianças do Colégio Santa Cecília e de outras instituições.


Idealizado pela professora Maria Cristina em 2003 e criado em 2004, o local é um espaço lúdico-pedagógico, científico e cultural com a finalidade de contribuir para a valorização do brincar do ser humano. A brinquedoteca BrincaSanta atende às crianças do Colégio Santa Cecília, filhos de funcionários e crianças do Lar Santo Expedito e Creche Lar Infantil Santa Rita de Cássia em seus 210m².

A ludotecária Rogéria Pereira diz que as crianças gostam muito do local. “Quando elas me vêem na rua, elas me chamam de ‘Tia do Brinquedo’”, diz Rogéria sobre as crianças que lá freqüentam. Ela também fala que muitas crianças perguntam onde comprar brinquedos como os da Brinquedoteca, porém “eles são únicos, pois são feitos pelos próprios alunos de Pedagogia e outros pelas próprias crianças”.

Baseado em diversas teorias pedagógicas, os materiais utilizados na Brinquedoteca são feitos pelos alunos do curso de pedagogia. Segundo o professor e diretor do curso Fábio Giordano, os brinquedos podem ser utilizados por crianças de diversas classes sociais. Giordano acrescenta que a brinquedoteca “É mais do que um espaço bonito, é um espaço de desenvolvimento”, pois atende crianças de 2 a 12 anos, idade em que “a criança forma o seu caráter”. O professor Fábio diz que sente muito orgulho da equipe que trabalha no local. “São cinco anos de elogios”, diz.

Crianças


As gêmeas, Marcela e Mayara, 7 anos, são freqüentadoras assíduas da brinquedoteca. Empolgadas, as gêmeas dizem gostar de desenhar e fazer novas amiguinhas. Elas estudam no Colégio Santa Cecília e são da mesma classe que Sayonara, 7 anos, também freqüentadora do local. Sayonara diz gostar muito de quebra-cabeça e afirma que é invencível no futebol de botão. “Ninguém ganha de mim”, fala Sayonara. Pela primeira vez na Brinquedoteca, Bianca de 9 anos, ainda demonstra um pouco de timidez, mas diz que gostou muito do lugar e que quer voltar mais vezes. Questionadas sobre qual brinquedo elas mais gostavam, todas foram unânimes: “O vestido de princesa”.


A Brinquedoteca atende mensalmente uma média de 140 crianças. Funciona de segunda a sexta das 8h às 12h, 13h às 17h e aos sábados das 9h às 12h na Rua Oswaldo Cruz, 266.

Muralismo é tema de atividade na UNISANTA

Por Gabriela Pomponet

Deixar espaços públicos e privados mais bonitos, usando a arte como forma de expressão. Está é a proposta do artista plástico e professor universitário Gilson de Melo Barros (foto), que ministra a oficina de Pintura Mural na Universidade Santa Cecília, UNISANTA. O curso vai até o fim do ano e ocorre no Bloco D, sala 55, todos os sábados, das 9h às 12h30. Qualquer pessoa pode participar das aulas. Esse tipo de expressão pode ser aplicado na questão individual ou nas artes decorativas. Pode-se trabalhar com a pintura em um quarto de criança, um consultório médico, uma escola, entre tantos outros espaços. “A pessoa que queira aprender será bem recebida e não é necessário sentir medo por não saber desenhar. Ninguém não desenha, ninguém não canta, ninguém não dança. Nascemos para brilhar!”, diz o artista.

No curso serão expostas técnicas ligadas ao princípio de fazer mural, como a percepção e dimensão. Além disto, o aluno aprende a diferença compositiva de um quadro de cavalete e uma pintura grande e estudar a questão da escala proporcional. Para se fazer uma pintura mural deve-se fazer um projeto em um papel, mas a parede é imensa, então é necessário desenhar em sala e transpor em tamanho maior na parede. Será aplicada a “dissecação da cor”, termo denominado pelo artista de anatomia da cor, que é a fabricação de uma tonalidade. “Primeiramente haverá um trabalho com as questões técnicas e um mural coletivo, no segundo bimestre do curso será realizado um projeto individual”, diz.

Para Gilson, a questão da discussão muralismo X grafitismo é irrelevante. A diferença de cada arte vem do princípio de atuação de cada artista. “Já fiz grafite, mas nunca teve característica de mural e sim de um carimbo individualizado. É bem particular a diferença, não existe essa de grafitismo não ser muralismo, ou vice-versa.”.

“O muralismo é uma forma mais contemporânea, surge com aquilo que é denominada de arte palio neandhertal, ou seja, a arte feita nas paredes, da pintura das cavernas. Com sua evolução ao longo do tempo, podemos encontrar esse tipo de manifestação no Egito Antigo, feito nas tumbas reais. Vamos encontrar essa arte na Grécia e em Roma de forma, por vezes, meramente decorativa. Encontraremos na Idade Média, nas catacumbas”, explica.

As grandes catedrais no Renascimento também foram alvo do muralismo. Veremos no Barroco e ao chegar ao século XX foi detonada essa expressão coletiva na pintura de muros no México. O movimento mexicano de pintura de mural esta associado à Revolução Russa de 17 e à Revolução Mexicana de 19, onde os artistas vão se colocar a mercê dessa revolução para divulgar seus ideais e valorizar a história do México. O professor também ressalta a influência desta arte no País. ”Há ecos no Brasil e a influência chega até alguns dos pintores modernistas, entre eles Candido Portinari. O artista vai trabalhar, em alguns momentos com a pintura sacra, trazendo esse espírito socializador na arte, ou seja, a arte para todos, a arte fora das galerias, a arte nas escolas, nas bibliotecas, nas igrejas, ou seja, aonde o povo está”, explica.

Gilson de Melo sempre se interessou pela pintura outside, outdoor, pelo grafite e por banners. No final dos anos 7, foi ao México estudar pintura mural na San Carlos, a escola dos grandes mestres. Voltou ao Brasil e começou a dar aulas sobre o assunto. Desenvolveu trabalhos urbanos e trabalhou na Secretaria de Cultura, onde foi criou uma oficina que durou quase sete anos, formando alguns muralistas que hoje estão espalhados pelo mundo. “Tenho orgulho de ter artistas que absorveram essa ação por meio da minha maneira de ensinar. Muitos trabalham nos EUA, França e Espanha. Gosto de ensinar fazendo, ensinar realizando. Há um lado teórico, mas a prática é muito importante para o desenvolvimento do artista, tanto do olhar como do pincel”, comenta o artista plástico.

Nos últimos anos, o artista tem realizado alguns painéis na Unisanta. O muralismo pode ser encontrado na Biblioteca de Direito, de Saúde e no andar de comunicação. Há três painéis na Universidade Municipal de São Caetano do Sul e Gilson ainda prepara alguns trabalhos para o fim do ano, como na Câmara Municipal de Pernambuco, onde o novo prédio está sendo construído e terá a marca do muralista.